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Parece-me um bom dia para regressar aqui, a casa. Sobre este dia nada tenho a dizer. Volto amanhã.
Eu não sou uma pessoa simpática ou fácil de gostar. Sejamos realistas, mais de metade dos facebookianos aqui presentes não querem saber de mim; uma boa parte já teve o pensamento – “e se te calasses”... outra parte já entrou em discussões comigo, a outra parte desejaria nunca ter entrado em discussão comigo... Sou desagradável. É um facto. Opinativa (opiniosa deveria ser o insulto correcto...) demasiado crítica, falas muito alto, escreves textos demasiado grandes... :-) Vivo bem com isso. A medicação ajuda! E há coisas piores: tens mau hálito, se tapares os pêlos dos braços quase passas por rapariga. Anyway, aceito muita coisa. Mas não aceito ser tolerante com a portugalidade vendida por aí fora: “o desenrasca português". Wrong. Somos um país de pequenos vigaristas. Ontem escrevi, apaguei, reescrevi e voltei a apagar um post sobre a história do Pavilhão Atlântico. Recebi mails sobre esse ultraje, “o genro do Cavaco Silva”, esse...esse (ajudem-me), “genro do Cavaco Silva”. Aparentemente, era esse o seu principal crime. Para mim, ele já terá castigo mais do que suficiente, afinal, é genro de uma das pessoas mais simpáticas com quem já “convivi” até hoje... (náuseas...)
Hoje, dei por mim a pensar no meu dia de ontem e como ele se encaixa na perfeição na categoria: “e se fossem todos dar uma volta, pois, este país está podre de ponta a ponta?” :-) A quem esta categoria servir, por favor, não vá já. Espere mais um pouco. Ontem fiquei toda “coisa”. Sim, coisa. Fui fazer uma manicure e saí mal servida. Todos aqueles e aquelas que frequentam cabeleireiros, centros de depilação, manicures e astrólogos, sabem como é frustrante quando a “coisa” corre mal e pouco ou nada conseguimos fazer quanto a isso. “Vou só cortar as pontas” – pimba, corte à Beatriz Costa. Clássico! “Você vai conhecer o homem da sua vida e vai ser promovida” – pimba, somos assediadas pelo segurança do centro comercial das Olaias e pediram-nos para preparar um relatório “importante” para a comissão executiva... ou seja, imprimir e fotocopiar para 20 pessoas a apresentação em Power Point de 200 slides...às 17:30 de uma sexta-feira.
Ontem, a minha “coisa” correu mal e na altura de pagar I made my case. Wrong. O tanas! Quando dei por mim a dizer: “isto é uma questão de física”, percebi que tinha perdido a guerra. Lá deixei eu 30 euros, saí mal disposta e com a “coisa” entalada (esta última frase não soa bem, mas, what the hell).
Hoje pus-me a fazer contas: gasto uma média de 40 euros/mês no dito salão e vou lá há um ano. Ou seja, cerca de 500 euros até agora lá gastos. Quantidade de vezes que saí insatisfeita – algumas. Quantidade de recibos que trouxe para casa: ZERO. "Quantidade" de vocês que está a chamar-me de burra: bués! Fiz uma cirurgia recentemente e paguei 430 euros. Ok, dá para ¼ de um implante mamário, mas sempre faz melhor à auto-estima. (Sim, essas coisas contam e não, mantenho o meu tamanho de copa! ) Mas 500 euros em unhas, insatisfação frequente e nem um único recibo? Alguém está a enriquecer à minha custa e não é "genro do Cavaco". Por certo, será um filho ou filha da mãe... Pergunto-me: quantos de nós fazem isso? Pequenos serviços, produtos pelos quais não exigimos recibo? Sei de situações iguais recentes: vestidos de gala sem recibo, serviços de catering para casamentos sem recibo... WFT? Qual a diferença entre o Governo cortar o subsídio de férias e a qualquer-coisa-das-unhas receber faseadamente 500 euros meus por ano, limpinhos? E algumas das suas empregadas não têm contrato, nem subsídios, nem hora de almoço e recebem pouco mais do que o salário mínimo no belo envelope. Qual a diferença? Uns são filhos da mãe e outros são genros do Cavaco? Eu não sou genro de ninguém! :-) E quando vejo um concerto no Pavilhão Atlântico recebo recibo...
Bem... acho que vou começar a roer as unhas. Não é tão chique, mas sempre quis ter uma “coisa” com um nome complexo. Onicofagia. E faz-me sentir inteligente. Wake up and smell the coffee! Ursa, é o que tu és, Nina. Ursa! Vou hibernar...